Projeto Reca obtem certificação orgânica internacional

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logo-projeto-reca Preservar ecossistema também gera lucro, mostram pequenos produtores que fornecem espécies alimentícias da Amazônia e matéria-prima para cosméticos

Territorialmente mais próximo de Rio Branco, capital do Estado do Acre (a 150 km), que de Porto Velho (a 364 km), capital de Rondônia, o distrito rondoniense de Nova Califórnia é laboratório de um importante ecossistema. Lá está a sede do Reca (Reflorestamento Econômico Consorciado Adensado) – referência de transformação da qualidade de vida e na geração matéria-prima para uma das mais importantes marcas de cosméticos do país.

Por conta desses e de outros fatores, o empreendimento social recebeu, em maio último, da certificadora internacional IBD (Instituto Biodinâmico), a certificação como organização não governamental que desenvolve atividade socioeconômica através da exploração racional de sistemas agroflorestais – sem uso de agrotóxicos, desmate ou queimas de áreas, por exemplo.

O Reca, que é referência internacional e alvo de visitas de estudantes e pesquisadores de países como Peru, Bolívia e EUA que chegam, para conhecer suas instalações e comunidades, vem fortalecendo seu espaço na economia local, graças ao trabalho de extrativismo praticado desde 1987, e ao plantio e a exploração de cupuaçu, pupunha, açaí, castanha-do-brasil e rambutã. Além disso, extrai essências das oleaginosas como copaíba e andiroba.

A produção do Reca beneficia diretamente a 360 famílias (e 700 indiretamente) primando pela consciência da importância da produção orgânica, tanto em função da exigência do mercado como dos benefícios que esse tipo de atividade provoca na saúde das pessoas.
A certificação obtida junto ao IBD é para a produção de polpa e manteiga de cupuaçu, açaí e sua polpa, palmito de pupunha, andiroba e a fruta rambotã. , que são vendidos, para distribuidores de alimentos e para indústrias de cosméticos como a Natura, que há sete anos utiliza as essências em seus cremes hidratantes.

“Em contrapartida, a empresa tem responsabilidade social junto ao Reca, praticando preço justo, além de investir 120 mil reais em educação e melhoria na qualidade de vida e educação, através da escola familiar agrícola que atende a 80 crianças, através da pedagogia de alternância”, explica Gislaine Gera de Almeida, técnica de agropecuária e também de certificação do projeto.
No momento, foram certificados 24 propriedades, “mas estamos trabalhando no estímulo a outras famílias, e elas, por verem as vantagens, também buscam se adaptar à nova realidade”, explica Semildo Kaefer, há 21 anos no projeto.

Importância

O forte da economia local ainda é a pecuária, com 80 por cento de gado de corte e o restante de matrizes leiteiras. Mas Nova Califórnia conta agora com um consórcio produtivo capaz de vender parte de sua produção e derivados a marcados como Europa e Estados Unidos, além do Brasil, por conta da certificação.

“O mercado é exigente quanto à origem do que compra – ecologicamente correto e socialmente responsável”, afirma Hamilton Condack de Oliveira, gerente de comercialização do Projeto Reca. Para ele, a delimitação de mercado vai depender da evolução de processos exigidos pela certificação.

Daniel Berkenbrock, que além de produtor orgânico do Reca, no qual está há 20 anos, é também membro do comitê de ética e de certificação, cita que os benefícios da certificação das 24 propriedades familiares são o começo, e que espera maior adesão “em função das vantagens de se trabalhar com produtos ecologicamente corretos, especialmente para atender a demandas de clientes europeus e norte-americanos”.

Ele acredita que a certificação garante ao mercado que toda a produção ali é de qualidade, a preço justo, “oferecendo melhor qualidade de vida a clientes e a consumidores”.

No sítio Santa Clara, Everaldo Berger e a esposa Léa disseram, enquanto cortavam talos de pupunheiras para extrair palmito, que a certificação traz resultados práticos para quem pretende atender ao mercado externo, através da exportação, pois os clientes exigem produtos certificados, como o palmito orgânico de pupunha”.

fonte: Rondoniadinamica.com

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